sábado, 5 de dezembro de 2009


“Então, seus olhos pousaram sobre nós. Eram os mesmos olhos apenas na forma e na cor, porque agora refletiam uma obscena impureza e o brilho das chamas do inferno, não mais a ternura e a gentileza que a tornavam mais bela e nós conhecíamos tão bem. Nesse momento aquele amor que ainda vivia em meu peito se transformou em ódio e repugnância. Se precisávamos mesmo mata-la, eu a faria com uma satisfação selvagem”. Drácula, Bram Stoker

“Senti um violento temor diante dos traços outrora doces e agora distorcidos por uma sensualidde sem limites!” Drácula, Bram Stoker

Dois aspectos são comuns nesses trechos da obra Drácula, de Bram Stoker: a associação da sensualidade feminina com o inferno, o impuro e o perigo, e também a exclusão entre amor e sensualidade. A mulher, objeto do amor, não pode evocar a sensualidade e o desejo, sua imagem deve ser pura e casta. A mulher amada não é a que atrai fisicamente, mas a que a lembra quase um ser celeste, recatado e puro.

A mulher casada deve possuir atitudes e a imagem de uma santa, é o que observamos na descrição que o médico Van Helsing faz de Mina: “Ela é uma mulher feita pelas próprias mãos de Deus para mostrar a nós, homens, e às demais mulheres que ainda existe um céu no qual nós será dado entrar e que sua abençoada luz também pode nos guiar na Terra. Ela é tão file, tão terna, tão nobre e tão generosa que, permita-se dizer, representa algo excepcional em uma época como a nossa, cética e egoísta”.

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