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Não há mais medo quando o pior
dos mundos está a sua frente e te acena como uma ameaça constante. Ao enfrentar
o pior dos medos, os outros se tornam menores e mais fáceis. Daí a origem de
toda mudança, que se soma a coragem. Mas por que ela aparece? Não bastava
que o medo fosse embora?
Não foi apenas porque o medo se
foi, mas porque naquele momento você começa a se ver melhor. O outro nada mais
é que você mesmo. Um espelho que te leva a conhecer suas qualidades, vontades, valores, desejos,
sonhos... Ah! Uma montanha de coisas esquecidas bem no fundo do baú. Ele ama uma quantidade de você que havia sido
colocada de lado. Ele acorda você. Ele acorda o monstro adormecido.
O beijo do príncipe na Branca de
Neve significa isso. A princesa dentro da gata borralheira também possibilita
essa leitura. Há um elemento de melhor em você que o outro percebe e que passa,
então, a reivindicar sua existência. Também pode ser o elemento de pior, veja
os casos de amantes que planejam crimes em comum na perspectiva de viverem seu
sentimento numa situação mais confortável. Há algo de incivilizado no amor,
sempre houve. É por essa razão que todas as civilizações, em diferentes
momentos da história, nunca colocaram o amor como fundamento da sociedade.
O amor foi sempre um sentimento
libertino, desregrado, vil, espúrio e que deveria ficar do lado de fora dos
lares. Moças de família e de bem não eram aconselhadas a vivê-lo. Bem, voltei
ao tema desse blog. Sobre o assunto já falei em outros momentos. Agora, quero
entrar numa análise mais psicológica, quero dizer o quanto o amor está
relacionado à identidade e como a origem de toda coragem vem de realizar sua
própria identidade. O outro faz você se reencontrar com sua identidade, com
tudo que para você importa e deixar de lado o que é fútil. Pense que se as
pessoas amassem mais o mundo seria uma revolução constante. As manifestações
hoje nas ruas do Brasil não terminariam nunca. Ninguém permitiria ser
escravizado, pois a escravidão tem a ver com o desejo de segurança.
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